SOBRE O WORLD BIKE TOUR

A primeira edição do World Bike Tour teve lugar em Lisboa, Portugal, no ano de 2006, partindo da Ponte Vasco da Gama, um importante ícone português. Contou com a participação de 4.000 pessoas, procurando embandeirar múltiplos valores, aliados não só à prática desportiva saudável mas também ao apelo cultural, social, ambiental, de mobilidade urbana e económica.

O apelo sistemático à luta contra as dependências químicas, numa perspetiva ampla de responsabilidade social do projeto e dos seus parceiros, a procura de hábitos de respeito pelo meio ambiente – através da utilização da bicicleta como meio de transporte não poluente – um quadro de união familiar e de partilha de ideais (presente no evento principal e nas iniciativas que lhes estão agregadas), e a amplificação da inclusão social como fator de consolidação (com a participação sistemática de pessoas com deficiência em bicicletas adaptadas – gratuitamente), constituem o quadro de valores em que o WBT foi pensado, criado e dinamizado.

É um projeto que junta interesses públicos e privados, através de uma adesão direta aos princípios que o caracterizam. Este projeto cativa os mídia, como comprovam as diversas transmissões diretas de eventos na Europa e América do Sul, e os planos de envolvimento dos órgãos de comunicação social nas iniciativas WBT.

Como exemplo, no Brasil, iniciou-se em 2009, tendo a sua primeira edição na cidade de São Paulo levado uma nova visão sobre a mobilidade da cidade. O objetivo não se cingia apenas à organização de um evento ciclístico, mas sim, a implementação de uma estratégia que visasse discutir, junto das entidades públicas e da população em geral, uma nova configuração de mobilidade urbana, em que a bicicleta fizesse parte da solução, na melhoria das condições de circulação numa cidade cada vez mais caótica no que se refere ao trânsito. Por isso, não é novidade que a ciclofaixa de Lazer em SP teve como grande ponto de partida a realização do primeiro WBT. O sucesso do projeto, sublinhado pelo ineditismo de pela primeira vez ter fechado a Ponte Estaiada e a Marginal Pinheiros, levou milhares de pessoas a interessarem-se pelo crescente movimento do uso de bicicleta. As entidades públicas perceberam que se tratava de um movimento irreversível, indutor de boas condutas, e deram o passo para a ciclofaixa e construção de Ciclovias pela cidade, que hoje sem dúvida já faz parte da paisagem urbana, fenómeno que se estendeu como exemplo para outras regiões do Brasil. A título de curiosidade ao transitar pelas ciclovias, vemos bicicletas WBT das diversas edições já realizadas em SP.
O WBT implantou novas iniciativas no seu conjunto de atividades, abarcando um número de pessoas a participar cada vez maior.